Recife e a Região Metropolitana enfrentam um crescimento preocupante nos índices de roubos e furtos de veículos. De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, entre janeiro e agosto deste ano foram contabilizados 12.621 registros em todo o Estado, o equivalente a 52 ocorrências por dia. Só na RMR, os casos já ultrapassam a marca de 3 mil no período.
População muda rotina diante da insegurança
A escalada da violência tem alterado o comportamento de muitos motoristas. Evitar estacionamentos públicos, circular em determinados bairros e até optar por transporte alternativo se tornaram medidas comuns entre quem teme ser a próxima vítima.
Além disso, o setor de seguros também sofre os reflexos do aumento da criminalidade. As apólices estão mais caras, os prazos de análise ficaram mais longos e algumas coberturas passaram a ter limitações específicas.
“Estamos vendo uma procura recorde de clientes que querem proteger seus veículos”, afirma Paulo Gustavo Albuquerque, proprietário da PG Seguros. “Mas quem contrata seguro hoje enfrenta condições diferentes: exigências maiores e, em muitos casos, limitações de cobertura para determinados bairros ou horários.”
O empresário reforça a importância de atenção às regras das apólices. “Muitas pessoas acham que qualquer seguro cobre todos os danos em qualquer situação, mas não é assim. O roubo exige que você tenha meios de provar o uso adequado de travas, alarmes ou estacionamentos seguros, do contrário, corre-se o risco de a seguradora negar parte da indenização”, explica.
Especialistas cobram medidas mais rígidas
Para especialistas em segurança pública, o combate ao roubo de veículos exige uma combinação de ações: reforço do policiamento em áreas críticas, fiscalização de ferros-velhos para coibir o comércio ilegal de peças e campanhas educativas para orientar motoristas a adotarem medidas preventivas.
Enquanto mudanças mais estruturais não chegam, motoristas seguem redobrando os cuidados: evitar deixar objetos à mostra, investir em dispositivos de segurança e contratar seguros adequados ao perfil e à região em que circulam.
Por Gabriel Diniz
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