Um dos mais antigos moradores do Zoológico do Recife, no Parque de Dois irmãos, na Zona Norte da cidade, o urso-pardo Zé Colmeia morreu na sexta-feira (21). O bicho, que tinha 22 anos, apresentou dificuldades respiratórias e vinha sendo monitorado por uma equipe de veterinários e biólogos, informou a Secretaria de Meio Ambiente (Semas) do estado em nota, neste sábado (22).
Segundo a secretaria, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), foi realizada, na noite da sexta, a necropsia do bicho e, inicialmente, a causa da morte foi síndrome respiratória aguda grave.
Foram realizados exames laboratoriais para identificar os fatores que levaram ao quadro respiratório e a secretaria ainda aguardava os resultados.
O Zoológico do Recife afirmou que as autoridades sanitárias e a Associação Brasileira de Zoológico e Aquários foram informadas sobre o ocorrido. O local permanece fechado para visitação desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020.
Apatia e falta de apetite
Em nota, a secretaria explicou que o tratador notou, na quinta-feira (20), que Zé Colmeia estava sem querer se alimentar e sair do cambiamento, uma área separada do recinto que o público não vê. Três veterinários examinaram Zé Colmeia e foi constatado que ele estava com respiração ofegante.
O urso foi medicado com antibiótico, anti-inflamatório e analgésico. Na sexta-feira (21), segundo informações do médico veterinário e gestor técnico do parque, Márcio Silva, Zé Colmeia apresentou melhora, comeu e caminhou, porém apresentou uma piora súbita na parte da tarde e foi encontrado sem reação.
Úrsula
A equipe do zoológico segue acompanhando a ursa-parda Úrsula, que era irmã de Zé Colmeia e conviva no mesmo recinto. A secretaria apontou que, até este sábado (22), ela não apresentava alterações clínicas, apenas uma "tristeza atribuída neste caso à perda do companheiro".
Os ursos Zé Colmeia e Úrsula chegaram ao Parque Estadual de Dois Irmãos em abril de 2003. Os dois nasceram em cativeiro em Goiânia (GO). O macho era o mais velho e, segundo os tratadores, adorava comer maçã, goiaba e melancia.
No plano de reestruturação do zoológico, estava prevista a transferência do casal de ursos para o Rancho dos Gnomos, em São Paulo. Mais de cem bichos considerados exóticos devem ganhar novos lares, mas ainda não há previsão para que essa mudança ocorra.
O projeto prevê um foco em animais típicos da caatinga, mata atlântica e demais biomas do estado.
Luto
Além de Zé Colmeia, o Zoológico do Recife perdeu outro ilustre morador neste ano: o leão Léo, que faleceu em janeiro. Aos 21 anos, o felino era considerado idoso para espécie - na natureza, costumam viver até os 12 anos. O veterinário que cuidou de Léo foi um dos que mais sentiu falta do bicho.
Segundo a equipe técnica, o animal foi vítima de complicações de um câncer na mandíbula, além de comprometimento das funções hepáticas.
Léo chegou ao Parque Estadual de Dois Irmãos em 2000. Ele ficou sob os cuidados da equipe técnica durante um bom tempo, em um setor específico, fora da área de exibição. Essa medida foi adotada, segundo o parque, pois ele precisava de atenção especial após “chegar de um circo, bem traumatizado e com as garras arrancadas”.
Com colaboração do G1 PE
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