Jimmy Cliff, um dos maiores ícones da música jamaicana e um dos responsáveis por apresentar o reggae ao mundo, faleceu aos 81 anos, deixando um legado que atravessou gerações e moldou a cultura global. Mais do que um cantor, Cliff foi um embaixador artístico de seu país, um porta-voz das lutas sociais e um dos pilares que sustentaram o surgimento do reggae no cenário internacional.
Trajetória
Nascido James Chambers, ele começou a compor ainda na adolescência e, desde cedo, chamou atenção por unir poesia, espiritualidade e crítica social em suas letras. Sua voz inconfundível e sua personalidade artística marcante o levaram a se tornar um dos primeiros artistas jamaicanos a atingir projeção mundial. Sucessos como “You Can Get It If You Really Want”, “Many Rivers to Cross”, “Sitting in Limbo” e “Wonderful World, Beautiful People” se tornaram clássicos universais, traduzidos, regravados e aplaudidos nas mais diversas culturas.
No cinema, Cliff eternizou sua imagem ao protagonizar o filme “The Harder They Come” (1972), obra que não só impulsionou sua carreira, como também foi fundamental para que o reggae ultrapassasse fronteiras e ganhasse o mundo. A trilha sonora, interpretada em grande parte por ele, tornou-se uma das coletâneas musicais mais influentes da história do gênero.
Ao longo das décadas, Jimmy Cliff recebeu prêmios, honrarias e títulos, entre eles a Ordem do Mérito da Jamaica, distinção máxima concedida a cidadãos que marcam a história cultural do país. Seu impacto atravessou estilos musicais, influenciando nomes do reggae, do rock, do pop e até do cinema.
Com sua partida, o mundo perde um artista que transformou ritmo em resistência, música em mensagem, e palco em ponte cultural. Jimmy Cliff não foi apenas um cantor: foi uma força criativa que ajudou a construir o que o reggae representa hoje, esperança, luta e liberdade. Seu legado permanece vivo na memória coletiva, nas canções que continuam ecoando e na história da música mundial.
Por Gabriel Diniz
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