Mulher acusa ortopedista da Polícia Militar de Pernambuco de assédio sexual

Casa de ferreiro, espeto de pau: o ditado se aplica como uma luva ao Hospital da Polícia Militar de Pernambuco, na Rua Betânia, no bairro do Derby. Chama-se Marcelo Silva de Albuquerque, 43 anos, o médico acusado de cometer importunação sexual contra a paciente Vanessa Rafaela Joana de Andrade Lins, de 26 anos, segundo vídeo postado por ela nas redes sociais e divulgado com exclusividade pelo Blog do Ricardo Antunes.

Ele atende na clínica de ortopedia do Hospital da PM. O crime aconteceu ontem, por volta do meio-dia, registra o boletim de ocorrência da Central de Plantões da Polícia Civil. Relata Vanessa Rafaela no BO que o médico nem chegou a fazer o atendimento clínico. Com insinuações, apalpou suas nádegas, pediu para que ela sentasse no seu colo, perguntou se Vanessa aguentava o peso dele nas costas.

Provavelmente temendo represálias imediatas, antes da importunação sexual Marcelo perguntou se a paciente era policial, se tinha policiais na família, se era casada e se o marido era ciumento.

Bastante nervosa, Vanessa Rafaela se retirou do consultório e imediatamente denunciou o médico, na própria clínica. Diante do seu nervosismo, deram água à vítima. O tenente Paulo Silva convocou policiais do 13º Batalhão e foram todos, inclusive o médico, parar na Central de Plantões, no bairro de Campo Grande.

Na delegacia, Marcelo Silva de Albuquerque, que é casado, negou a importunação sexual. A recepcionista da clínica ortopédica do Hospital da PM, Neide Maria Tavares da Silva, relatou, contudo, que a paciente saiu do consultório bastante nervosa e que em seguida queixou-se do médico na própria clínica.

Os policiais da Central de Plantões vasculharam registros policiais de Marcelo Silva Albuquerque e encontraram queixa de importunação sexual idêntica à ocorrida com Vanessa Rafaela, feita por Miriam dos Santos Silva em agosto do ano passado. O inquérito foi encaminhado à Delegacia do Espinheiro, que irá investigar o caso.

O Código Penal define importunação sexual como “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou de terceiro”. A pena varia de um a cinco anos de prisão.

A importunação sexual é crime mais grave do que o assédio sexual, cuja punição varia entre um e dois anos e exige que o criminoso use sua condição de ocupar cargo superior no local de trabalho de ambos, com o objetivo de constranger a vítima a lhe conceder vantagem sexual. É o caso, por exemplo, do chefe que ameaça demitir a secretária se ela não atender seus convites para saírem juntos.

Do Blog do Ricardo Antunes

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