Jornaleiros protestam contra boicote de editora do álbum de figurinhas da Copa

Se você é brasileiro, de acordo com a IPSOS, empresa global da área de pesquisa, existe 40% de chance de você ser apaixonado por futebol. Figurando em todas as listas como o esporte mais popular do mundo, a bola no pé rompeu todas as barreiras esportivas. Isto é, ela passou a fazer parte da cultura, da economia e da identidade dos países em que se está presente. Como consequência, também acabou por se tornar uma forte vertente comercial em diversos mercados, comercializando milhares de itens todos os anos. Entre eles, temos os já tradicionais “álbuns de figurinhas da Copa”, que já é tradição nos anos em que a competição é realizada.

Produzido pela Panini desde a Copa do Mundo de 1970, o álbum de figurinhas da Copa do Catar 2022, está, desde agosto, nas bancas de todo o Brasil. São 70 páginas que contém as 32 seleções, com figurinhas especiais e dos estádios do País sede. O livro ilustrado também possui uma parte dedicada aos campeões da Copa do Mundo das outras edições.  

Custando R$ 12 em sua versão tradicional e, aproximadamente, R$ 45 na versão de capa dura, o álbum tem 670 figurinhas e cada pacote de cinco figurinhas sai pelo valor de R$ 4, o livro tem custo final de aproximadamente, em média, R$ 4 mil para ser completado. Esse valor, claro, depende da sorte do colecionador. Os cálculos levam em conta uma simulação de 100 mil casos. O consumidor mais sortudo deve gastar R$ 2.168 para completar o álbum. O mais azarado, R$ 9.560.

Mas não são esse valores que estão dando dor de cabeça aos colecionadores. A falta do livro e suas figurinhas nas bancas de revistas de todo Brasil já é uma realidade. 

Jornaleiros reclamam que a Panini está boicotando o abastecimento das bancas de revistas Brasil afora. Segundo eles, com o sucesso das vendas e a febre dos pontos de troca de figurinhas disseminando nas principais capitais brasileiras, a editora resolveu colocar quiosques próprios em grandes centros comerciais dessas cidades, priorizando, para eles, praticamente 100% do estoque para revenda.

"Estamos indignados com as atitudes da Panini para com nossa classe. Hoje, nenhuma banca da capital, repito, nenhuma, tem álbum ou figurinha da Copa! Passamos quatro anos vendemos os produtos da editora e, nessa época da Copa, os álbuns e suas figurinhas são uma oportunidade de darmos um pouco de fôlego financeiro às nossas bancas, mas esse ano, a falta de compromisso por parte deles está demais. Recebemos até agora uma mísera quantidade de álbuns e figurinhas, que não deu para quem quis. Solicitamos novas remessas, mas não recebemos. Estão priorizando os quiosques deles e algumas lojas. Cadê o respeito e a parceria com o jornaleiro?", reclamou Manoel Barreto, dono de uma banca de revistas no Centro do Recife.

Nesta segunda-feira (05), um grupo de proprietários de banca de revistas de São Paulo, representando toda a classe nacional, pretende fazer um protesto na porta da editora, na cidade de Barueri, naquele Estado.

Contatada por e-mail e redes sociais, a Panini não se pronunciou até a publicação desta matéria.

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