Após compra, Carrefour fechará Bompreço Caxangá e Hiper Casa Forte

O Carrefour Brasil recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para adquirir o grupo Big, mas precisa cumprir algumas condições, como a venda de lojas. As unidades já estão em negociação junto a, pelo menos, dois fundos imobiliários e redes regionais, dizem fontes a par do assunto.

Já foram recebidas, inclusive, propostas vinculantes para algumas dessas unidades — quando há compromisso firme de compra. As conversas começaram meses atrás, depois que a superintendência geral do Cade já sinalizava a necessidade de venda de pelo menos 11 pontos, como antecipou o periódico em janeiro.

Além das lojas que a superintendência já havia recomendado a venda ao Cade, no começo do ano, outras foram adicionadas, somando 14 lojas, como informamos. O conselho de defesa da concorrência tem autonomia para seguir a recomendação ou fazer ajustes na avaliação da superintendência.

A lista final das cidades onde estão as lojas a serem vendidas circula no meio atacadista. Os locais são: Gravataí (RS), Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (AL), Olinda (PE), Paulista (PE), Recife (PE), Santa Maria (RS) e Viamão (RS). Alguns desses municípios têm mais de uma unidade.

Em Gravataí (RS), está o supermercado Nacional, o hipermercado BIG e um atacarejo Maxxi;

Em Juazeiro do Norte (CE), está o hipermercado BIG Bompreço e o atacarejo Maxxi;

Em Olinda (PE), está o hipermercado BIG Bompreço, e no Recife (PE), o hipermercado Walmart Caxangá e hipermercado Walmart Casa Forte;

DESAFIO DA INTEGRAÇÃO

Com aval do Cade, o Carrefour atinge uma meta antes de encarar o seu maior desafio dos últimos anos, na visão de especialistas: montar uma megaestrutura de sistemas, logística e distribuição integradas, que seja a base para que o varejo e o atacarejo operem de forma rentável e equilibrada.

Há alguns dia, o  CEO geral do Grupo Carrefour, Stéphane Maquaire, divulgou um vídeo interno, informando que a venda de pontos já era esperada e haverá um esforço para que as mudanças para a integração do Big não afetem o consumidor.

Normalmente, essas transições duram anos — no varejo tem levado de dois a três anos — e exigem trocas de sistemas, unificação de compras junto à indústria e redução de quadros de funcionários em certas áreas.

RELEMBRE A OPERAÇÃO

A operação aprovada pelo Cade consiste na aquisição da totalidade das ações de emissão do grupo Big Brasil pelo Atacadão por R$ 7,5 bilhões — maior transação já vista no varejo nacional, em valor. O negócio coloca o Carrefour como a segunda maior rede varejista da América Latina, atrás apenas da Walmex, operação do Walmart no México

Na prática, são 386 lojas objeto de aquisição por parte do Atacadão. O Big, controlado pela gestora Advent e pelo Walmart e formado por sete marcas (Big, Big Bompreço, Nacional, Super bompreço, Sam’s Club, Todo Dia e Maxxi Atacado), concentrava as redes de supermercado e hipermercado que eram do Sonae, no Sul, e do Bompreço, no Nordeste.

Dessas sete, devem desaparecer Big e Maxxi. Os hipermercados BIG e Bompreço serão convertidos em bandeiras Carrefour, Atacadão ou Sam’s Club. Já o Maxxi deve virar Atacadão. Com o Big, o Carrefour passa a ter 876 lojas e R$ 100 bilhões em vendas anuais.

Essa será a terceira vez, desde 2016, que as marcas Big e Bompreço passarão por mudanças. De 2016 para 2017, anos após o Walmart comprar os ativos no país, a empresa tirou o nome Big e passou a usar Walmart nas lojas no Sul. Em 2019, após vender a operação para a Advent, a marca voltou. Agora, novamente deixará de ser usada. No Nordeste, o grupo deve manter elementos da marca Carrefour junto com o nome Bompreço.

Por Adriana Mattos

Postar um comentário

0 Comentários