Morre Genivaldo di Pace, da Center Produtora


Ele foi uma das maiores referências do audiovisual de Pernambuco. Genivaldo Di Pace fez escola, ensinou muita gente e coordenou diversas campanhas eleitorais. Genivaldo da Center Produtora, como era chamado no meio, faleceu na tarde desta quinta-feira (9) aos 83 anos, vítima de uma parada cardíaca.

A família está de luto. “Era uma pessoa humana imensurável”, diz Aldira Alves ex-Rede Globo e que trabalhou com ele.

HISTÓRIA

Genivaldo nasceu em Campina Grande (PB) e lá iniciou a carreira como locutor. Dono de uma voz bonita, ele debutou na rádio paraibana Cariri, indo depois para a Caturité. No início dos anos 1960 já estava no Recife e trabalhou nas Rádio Tamandaré e Capibaribe.

Para muito além do apoio ao cinema pernambucano, Genivaldo ajudava instituições, dramatúrgos, músicos, atores. O jornalista Celso Marconi, por exemplo, registra que, ali nos anos 1980, quando programava o extinto Cine Ribeiro, no Centro de Convenções, montava gratuitamente as vinhetas publicitárias na Center.

No campo do audiovisual a Center era praticamente sozinha até o início dos anos 1980. Depois vieram a Spia, a Danpe, a Video Quatro Virtual”, recorda Janice. A produtora destaca que a Center foi dona de diversas campanhas marcantes feitas para clientes como a Mesbla, Arapuã, Bompreço, Jumbo (hoje Pão de Açucar), além de campanhas políticas, como a da eleição indireta em 1982.

“Chegamos a ter 100 pessoas na produção de uma campanha. Tudo era bastante elaborado. Lembro que passamos três meses treinando um cavalo na Praia do Francês [Alagoas] para usar num filme”, rememora Janice.

Já nos anos 1990, programas para a TV como o “Gréia Geral” – com Walmir Chagas, Aramis Trindade, Cláudio Ferrario, Mônica Feijó, Lívia Falcão, Zé da Flauta, Lula Queiroga, João Falcão – eram gravados no estúdio da produtora.

“Entre tantas peças, lembro uma em 1988 que Genivaldo ajudou a produzir. Era uma ópera pop com Patrícia Franca no elenco, que estreou no Teatro Valdemar de Oliveira”, conta a colega.

Sabe-se que, diferente do passado, a situação da produtora hoje não é confortável. Boa parte dos problemas seria resolvido se um grande cliente sanasse sua dívida.

O atraso no pagamento é quase como um recado de que, no mundo de hoje, a persistente generosidade de Genivaldo di Pace precisava, infelizmente, ser  policiada.


Confira a repercussão da morte de Genivaldo di Pace:

Sergio Jardelino, vice-presidente executivo do Diário de Pernambuco:
A Center foi uma das empresas responsáveis pelo grande sucesso da propaganda pernambucana em outras décadas, era um polo propulsor de grandes ideias, celeiro de muitos talentos, a frente disso, estava Genivaldo di Pace.
Sentiremos sua falta!

Anselmo Alves, documentarista e produtor cultural:
“Genival di Pace é uma referência para o surgimento da nova era do Cinema Pernambucano o audiovisual deve muito a ele homem de uma generosidade imensurável….Todos da minha geração devem um vintém poético a esse mestre da imagem”

Laison de Holanda, cartunista:
“Fez bem seu papel na História. Grande sujeito. Fazia uns dez anos que não o via. Fez muito pela comunicação em Pernambuco.”

Geraldinho Magalhães, produtor cultural:
Figura humana extraordinária

Ana Venina Correia de Araújo, ex-publicitária:
“Genivaldo di Pace era antes de tudo,um agregador de pessoas. Gentil ,atencioso e grande profissional foi professor prestimoso e informal de muitos publicitários e diretores de filmes. Amigo e incentivador deixa um vazio grande na vida e na publicidade pernambucana. Muitos o chamavam de pai. Siga em paz Genivaldo.”

André Beltrão, repórter:
“Era um homem bom demais, não só com os amigos, como também com o Recife inteiro. Ajudava a todos”.


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