A cantora Marília Mendonça morreu aos 26 na tarde desta sexta-feira (5) em um acidente aéreo na zona rural de Caratinga, no leste de Minas Gerais. Além dela, os outros quatro ocupantes da aeronave morreram com a queda.
O desastre, que deixou milhões de fãs em luto pelo Brasil, ainda será investigado — como ocorre em tragédias da aviação como essa.
A aeronave
O avião era um Beechcraft King Air C90a, um bimotor bastante utilizado na aviação executiva no mundo inteiro, da companhia de táxi aéreo PEC.
A aeronave foi fabricada em 1984 tinha capacidade para 6 passageiros e estava em situação normal de aeronavegabilidade, ou seja, estava dentro dos parâmetros para fazer esse tipo de transporte, e autorizado para a aviação executiva.
O trajeto
O avião saiu do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, no início da tarde desta sexta-feira rumo ao aeroporto de Ubaporanga, em Minas Gerais. De lá, Marilia Mendonça seguiria por terra à cidade vizinha de Caratinga (MG), onde faria um show nesta noite. A apresentação estava marcada para o Parque de Exposições da cidade, localizado na BR 116.
A aeronave, porém, caiu a 2km quilômetros da pista de pouso, por volta das 16h30. O local da queda é uma cachoeira na zona rural de Caratinga, próximo a pousadas e fazendas, em uma encosta abaixo da BR-474.
Quem estava a bordo
A aeronave tinha cinco ocupantes. Todas morreram. Até o momento, foram divulgadas as identidades de três das quatro vítimas:
• Marília Mendonça, cantora
• Henrique Ribeiro, produtor
• Abicieli Silveira Dias Filho, tio e assessor
• Geraldo Martins de Medeiros Júnior, piloto
• Tarciso Pessoa Viana, copiloto
O resgate dos corpos terminou já depois de escurecer, no início da noite desta sexta.
As causas do acidente
Não há informação até o momento sobre o que teria causado o acidente. A Aeronáutica informou que vai apurar o que levou a aeronave, considerada segura e funcionando regularmente, a cair. Investigadores estão no local do desastre.
Além da Aeronáutica, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que enviou equipes de perícia criminal, investigadores e delegados ao local.
Para confirmar e verificar fatores que podem ter contribuído para o acidente, a Força Aérea Brasileira fará:
• Uma perícia nos destroços do avião
• Ouvir testemunhas das pistas de pouso de onde o avião decolou e do destino
• Recuperar documentos, dados de inspeções técnicas, de manutenção do avião
• Ver a qualidade do combustível usado na operação.
• Choque com fio de alta tensão
A Cemig, empresa energética de Minas Gerais, confirmou que o avião bimotor que transportava a cantora Marília Mendonça atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa, em Caratinga.
Essa informação tinha sido relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também por testemunhas. Elas disseram que o avião teria rasgado fios de alta tensão ligadas a uma torre próximo ao local.
Os órgãos aéreos da região já haviam recebido relatos de outros pilotos antes do acidente, nos meses de setembro e agosto, de que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos denominados de Notam (Notificação Aeronáutica) e que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.
Uma testemunha relatou às autoridades que, após colidir contra os fios, o avião teria perdido um motor. A aeronave tinha dois motores mas, segundo essa testemunha, que também é piloto, a aeronave teria perdido sustentação com a colisão (estolado).
Sem perícia, porém, não há como dizer que uma colisão com fios teria causado a queda do avião.
Velório e sepultamento
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre os horários e os locais dos velórios e dos sepultamentos de Marília Mendonça e das demais vítimas do acidente.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, autorizou que o velório da cantora seja no ginásio Goiânia Arena, na capital goiana, "se este for o desejo da família" da artista. Não há confirmação ainda se o funeral realmente será na instalação esportiva.
Com informações do G1
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